Na TV, apresentador, que se filiou ao PSL, disse que ‘achava melhor que o presidente começasse a governar’ e, por isso, virou alvo da fúria bolsonarista

José Luiz Datena é o mais novo alvo da fúria bolsonarista nas redes sociais. O apresentador passou a ser atacado após responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro pela madrugada de terror vivida pelos moradores de Araçatuba, interior de São Paulo, na segunda-feira, 30, quando uma quadrilha armada até com explosivos fez reféns, colocou a cidade em pânico e assaltou agências bancárias.

No mesmo dia, Datena disse que “achava melhor que o presidente começasse a governar” e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, “começasse a pensar no povo, esquecesse campanha política, esquecesse da história de voto e ligar para o povo que está morrendo de fome, de coronavírus, que está com outras doenças, que não tem teto”. “Se a isso a gente alinhar o terror desses ataques, nós estamos completamente perdidos. Não dá para continuar assim”, afirmou em seu programa Brasil Urgente, que comanda na Band.

Também foi citado por Datena o clima de tensão entre os poderes e a sua preocupação com falas antidemocráticas de apoiadores de Bolsonaro, que organizam manifestações para o dia 7 de setembro. “A gente já vive com essa instabilidade política muito grande não pode permitir que esses bandidos tirem a nossa tranquilidade. Se nessa crise que nós enfrentamos no Brasil, onde há ameaça à liberdade, à democracia, com declarações de golpe e coisas parecidas, se a gente olha isso, esses ataques terroristas a outros ataques malucos, usar armas que tem por aí, o país vai ficar ingovernável, vai perder completamente a sua governabilidade”.

A trombada de Datena com os bolsonaristas ocorre pouco mais de um mês após ele ter se filiado ao PSL, legenda pela qual Bolsonaro se elegeu em 2018 e onde estão abrigados ainda boa parte dos principais apoiadores bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro (SP), Carla Zambelli (SP), Daniel Silveira (RJ) e Bia Kicis (DF). O apresentador deve concorrer ao Senado por São Paulo em 2022, mas também flerta com a possibilidade de disputar a Presidência da República.

Procurado por VEJA, Datena disse que estava trabalhando e não poderia falar sobre o assunto.